Capítulo V

2º CASAMENTO, COM MARIA LISETE IRIA DA SILVA – 28/10/87

Em Janeiro de 1986 no dia da missa do 7º dia da Sogra do Sr. João do Nascimento Mata, na Igreja do Carvalhido, às 19h00, estava eu a fazer horas, estacionei o meu carro Renault GTL de 1984, em frente ao grande mercado S. Miguel na Boavista – Porto, junto a umas bombas de Gasolina que lá existiam e depois de ter ido tomar qualquer coisa, notei que as rodas estavam bloqueadas.

Calmamente fui ter com a Subchefe da P.S.P., identificando-me; logo me disse para eu próprio sair dali e viesse passado um bom bocado.

Retirei-me, apercebendo-me de que estava a fazer um sinal para eu me aproximar, dando-me um impresso de multa em branco, desbloqueando as rodas e ao mesmo tempo dizendo que era um pró-forma, que fosse descansado, agradeci verbalmente e só parei na minha “SUITE” em Gondomar, pois já vivia em quartos separados, sem que me lembrasse mais a missa do 7º dia.

Momentos depois de ter chegado a casa, foi-me chamar o meu vizinho do lado, Sr. Sousa, para atender um telefonema urgente na casa dele.

Lá fui, era o Sr. Mata a dizer que o Sr. João Ambrósio queria contactar comigo o mais urgente possível, devido ao péssimo estado de saúde de sua Esposa D. Aninhas e se eu lhe fazia esse favor, dando-me a direcção da Rua do Bazar – Rio Tinto.

Para lá me dirigi e recebeu-me uma menina que eu conhecia de vista, pois frequentava com o casal, alguns dos sítios, que eu, minha Mulher Maria Augusta e filhos frequentávamos, casa do Sr. Mira, Sr. Mata, etc., julgando sempre, até àquele momento, que era filha do casal e só fiquei a saber, que era sobrinha, quando se dirigiu a mim e disse:”A minha Tia está muito doente e não há meio de melhorar, o Sr. Dr. Cunha, Médico dela está lá em cima no quarto, vá lá por favor e faça alguma coisa”. E eu respondi:”O mais que eu posso fazer é orientar as análises e consulta no Hospital.”

Subi, cumprimentei todos e o Sr. Dr. Cunha perguntou quem eu era, eu respondi que era Sargento do Exército e que conhecia muita gente no Hospital Militar, visto a maior parte dos Médicos (militares e civis) e Enfermeiros terem passado pelo Hospital Militar de Luanda, onde estive 11anos consecutivos.

Aproveitei e contei o que se tinha passado comigo em Julho de 1962 ainda 1º Cabo Miliciano no Regimento de Infantaria de Luanda (RIL):” O Médico Sr. Dr. Dias Alves estava-me a tratar do PALUDISMO e eu com uma febre Tifóide, por isso Sr. Dr. não se canse de pedir o que for necessário, para ver de onde vem a febre, até a da malta”.

A verdade é que ele fez uma prescrição como nunca tinha feito, segundo ele disse.

Os dias iam passando e a paciente ia piorando de dia para dia.

O certo é que eu já fiquei com argumentos, para, no dia seguinte, mexer todos os cordelinhos no Hospital Militar, com a maior urgência possível, escolhendo os melhores especialistas do Hospital naquela data.

Pneumologia Dr. Pimentel, Urologia Dr. Couto, Clínica Geral Dr. Borges, Laboratório de Análises Dr. Quichofel e Técnica D. Lina.

Não me vim embora sem que tivesse de ir para a mesa petiscar presunto, pão, vinho, etc., tudo servido pela sobrinha que vim a saber chamar-se Lisete e mais tarde vim a saber também que sabia de toda a minha vida com a Maria Augusta, não me faltando cada vez mais com os salamaleques, de que eu me ia apercebendo e cada vez aparecendo mais para ver a minha doente.

No dia em que foi observada e análises feitas, foi tudo descoberto, 2 cavernas nos pulmões, rins muito danificados e febre da malta, tendo os 4 Médicos feito uma junta Médica, para atacarem com antibióticos e vitaminas compatíveis e assim a terem salvo.

Em Abril de 1986 o Sr. Ambrósio e D. Aninhas foram para as Termas da Anadia e tinham-me convidado a passar por lá quando fosse a Lisboa levar os Inventos para uma exposição em Cascais.

No dia em que fui levar os meus inventos a expor, na vinda passei pelo hotel onde estavam e fomos ao Pedro dos Leitões jantar, fui bem tratado.

No dia seguinte ao ter chegado a Gondomar fui ter com a Lisete, estando a cair uma chuva miudinha, abrindo a porta recebeu-me e pedi-lhe, uma vez que já sabia da minha vida toda, em relação à Maria Augusta, se ela aceitava namorar comigo, disse-me que regularizasse tudo com a Maria Augusta e depois dava uma resposta.

Mal cheguei a casa recebi um postal com a propositura de acção de divórcio por parte da Maria Augusta.

Fui de imediato mostrar-lhe o postal e a partir desse momento passei à contestação da acusação e a Liste juntou-se a mim na defesa, começando aquilo que eu e ela queríamos.

 A primeira vez que entrou no Renault GTL foi no dia 24 de Junho de 1986 (Noitada de S. João), quando fomos convidados para jantar no Sr. Mata, começando neste dia um combate contra os Tios Ambrósio e D. Aninhas, por um tempo de perseguição à minha pessoa, até que no dia 26 de Novembro de 1986, fui-me instalar na Messe de Sargentos do Porto Rua Professor Duarte Leite, onde estive como hospede até 12FEV1987 e no dia 13FEV1987, com requerimento deferido passei a assumir as funções de Adjunto na Messe de Sargentos do Porto, com o Sr. Capitão Dr. Amadeu Rodrigues Cambão, seguindo-se o Sr. Major Sérgio Santos e por último Capitão Machado até Agosto de 1993.

O meu casamento com a Maria Lisete Iria da Silva (Moreira Fernandes) foi a 28 de Outubro de 1987, tendo saído da Messe para o Registo Cartório Notarial, casamento pelo Civil, passando a usufruir de todas as regalias dadas à Gerência e tendo como iniciador o inesquecível Sr. Capitão Dr. Amadeu Rodrigues Cambão.

Como tinha a minha filha Paula ainda Menor tinha direito a todas as refeições diárias, bem como a Lisete, tendo 3 a 4 refeições de saldo diariamente, podendo utilizá-las quando entendesse, com convidados ou para trazer, para casa, aos fins-de-semana.

Foi uma benesse durante 6 anos e 6 meses, comer, beber e dormir.

Vendi em 1990 a cavada da fora na Vala – Valpedre – Penafiel por 1.500.000$00 (Um milhão e quinhentos mil escudos) ao Sr. Agostinho e onde o Genros José Maria e Cunhado construíram, cada um, a sua vivenda.

Este dinheiro foi para construção da rampa, com esgoto e caixas até à face da rua e o quarto por cima da placa da Cozinha, onde se gastaram 750.000$00 (Setecentos e cinquenta mil escudos) e o que sobrou mais o que se foi juntando, para pagarmos apenas mão de obra ao Sr. Américo, Filho e Genro, da Ponte Nova de Rans – Penafiel, 900.000$00 (Novecentos mil escudos) em 1992, quando de uma assentada deitamos abaixo o teto e aplicamos a placa do chão, aplicamos nas paredes existentes a 2º placa, tendo por base pilares assentes na placa do chão e que suportaram um cinta a toda a volta, levantaram-se as paredes com aplicação dos parapeitos das janelas e fechá-las de imediato com tijolo, aplicar a placa de teto com aplicação das vigas e ripas em cimento para o telhado e depois da casa telhada fizeram-se as divisões, custando o material, para a obra do Sr. Américo, Filho e Genro até esta data por 1.570.000$00 (Um milhão quinhentos e setenta mil escudos), apenas e só, com uma licença para remodelação da casa, tirada em 07/07/1992, válida até 07/09/1992, tendo sido metido um requerimento em 28/08/1992 para prorrogar a licença por mais um ano, aprovado por despacho de 16/10/1992, com validade até 30/04/1994.

Segundo o desenhador da Câmara de Gondomar Sr. César que eu já conhecia de Luanda, ao vir cá casa, para fazer os desenhos para a legalização, ficou espantado, como é que eu me meti a fazer uma coisa destas, se fosse ele não o fazia e que não devíamos mexer tão cedo no assunto, tentar terminar e mais tarde então pensar no assunto.

A multa excedia os 5.000 contos.

Concluída a parte de pedreiro, os mesmos foram para Fânzeres – Gondomar, trabalhar para o meu Filho.

A parte de trolha foi feita por orçamentos diversos apresentados pelo Sr. Manuel de São Pedro da Cova, com uns ajudantes familiares que trouxe, apenas para estucar todos os tetos, sala comum, quarto do 1º andar, escritório, corredor e escadaria num total de 750.000$00 (Setecentos e cinquenta mil escudos).

 

Orçamento para arear, afagar e pintar quarto, escritório e corredor 400.000$00 (Quatrocentos mil escudos).

Trabalho do taqueiro de VALBOM com aplicação no quarto, escritório e corredor 270.000$00 (Duzentos e setenta mil escudos).

Tijoleira e material para a sua aplicação comprada no Sr. Teixeira de Irivo – Penafiel, 240.000$00 (Duzentos e quarenta mil escudos).

Arear, afagar e pintar toda a sala, com aplicação da tijoleira 940.000$00 (Novecentos e quarenta mil escudos).

Para a conclusão do acabamento da sala atrás referido, já não tínhamos dinheiro que chegasse, apareceram-nos, em casa, o Sr. Cândido e D. Tina que ficou a falar com a Lisete na cozinha, dizendo-lhe que emprestavam o que fosse necessário, para acabamento da sala e a mesma conversa teve o Sr. Cândido, indo ter comigo à estufa, onde me encontrava, emprestando-nos 1.000.000$00 (Um milhão de escudos), sem qualquer espécie de juros; aceitamos e finalmente acabamos as obras da casa 1.

É a partir daqui que começamos a tratar do 1º empréstimo no TOTTA SANTANDER de 4.000.000$00 (Quatro milhões de escudos) a pagar em 16 anos com começo em Março de 1994, tendo sido com o recebimento deste dinheiro que pagamos, sem qualquer juro, o grande favor ao Sr. Cândido e D. Tina, sobrando-nos algum.

Custo dos dois roupeiros ao Sr. António Santos (da Rosinha) 180.000$00 (Cento e oitenta mil escudos).

Portas compradas pelo Sr. António, madeira para o rodapé, escadaria, pilares (varões) para a escadaria, ferragens e mão-de-obra 670.000$00 (Seiscentos e setenta mil escudos).

Alumínios fornecidos pelo Sr. Ventura 640.000$00 (Seiscentos e quarenta mil escudos).

Instalação eléctrica feita pelo meu cunhado Manuel da Silva e Sousa 230.000$00 (Duzentos e trinta mil escudos).

Mobília da sala de jantar, em 2ª mão, arranjada pelo Sr. António na Rua do Bonjardim 400.000$00 (Quatrocentos mil escudos).

Nossa mobília do quarto 220.000$00 (Duzentos e vinte mil escudos).

Meiples e mesinha telefónica comprados aos Bombeiros de Rebordosa 210.000$00 (Duzentos e dez mil escudos).

Lareira comprada em Vila Meã e aplicação 110.000$00 (Cento e dez mil escudos).

Bar da Sala 115.000$00 (Cento e quinze mil escudos).

Cozinha completa mandada fazer a Adão & Paulo 1.020.000$00 (Um milhão e vinte mil escudos).

TOTAL aproximado nunca para menos, mas sim para mais 9.615.000$00 (Nove milhões seiscentos e quinze mil escudos).

 

Após a morte de meu Sogro Manuel Joaquim da Silva 31/01/1996 começamos a pensar na construção de um armazém, no terreno livre pertença da casa, ocupando uma área de mais ou menos 144 m2 12 x 12 mts, tendo apresentado uma proposta o Sr. José Maria Soares Moreira no valor de 3.000 contos (Três milhões de escudos) de mão-de-obra, trazendo eu os blocos de cimento, destinados a uma construção, aprovada pela Câmara Municipal de Penafiel em Vala-Valpedre – Penafiel, e não chegando a utilizá-los, para fazer casa e matadouro de leitões, foram transportados em camiões, por diversas vezes, uns meses antes do início da obra em Julho de 1996, para Rio Tinto – Gondomar; concluído o armazém que ficou como hoje se encontra por 6.800.000$00 (Seis milhões e oitocentos mil escudos), para pagamento deste valor são aqui aplicados os 3.180.000$00 (Três milhões cento e oitenta mil escudos) que a Lisete trás da herança, ou seja 1.680.000$00, uma livrança da Mãe e 1.500.000$00, cheque da irmã Acil para encontro de contas de débito ao Pai Manuel, por dinheiros emprestados 3.000 contos, durante 8 anos a 7% ao mês. 

Logo de seguida outras obras se fizeram, muros em volta do terreno, placa para garagem dos carros, recinto completo para aplicação de uma minha invenção, grelhador, churrasqueira mecanizada manualmente, ficando tudo mão-de-obra e material por 2.600.000$00 (Dois milhões e seiscentos mil escudos).

Para a conclusão nas construções atrás referidas foi preciso irmos ao empréstimo extra bancário, chegando a pagarmos juros de 18% ao ano, pelo menos 3.000 contos e posteriormente 2.000 contos a 8%.

Em Julho? do ano 2000 novo empréstimo de 6.000.000$00 (Seis milhões de escudos) é feito ao Banco  SANTANDER, mas apenas por nove anos, devido à minha idade, importância que é junta ao que resta do 1º Empréstimo que termina em 31 de Março de 2010 e o 2º Empréstimo terminou em 31 de Agosto de 2009.

Do 2º Empréstimo foram tirados 3.000.000$00 (Três milhões de escudos) destinados à compra do POLO TDI 1400 a pronto de pagamento e com grande desconto, por interferência e conselho do grande amigo Francisco Ribeiro Curado em Dezembro de 2000 em PONTE DE SÔR., com a matrícula QV – 60 – 89 em nome de Maria Lisete Iria da Silva Moreira Fernandes.

Em 12 de Abril de 2004 efectuei a venda de um lote 1.350 m2, vinha, no meu terreno em Vala – Valpedre, pela importância de 5.000 contos (24.939,20 Euros), ao Sr. Orlando Ferreira da Silva e esposa, apenas gastando desta importância, em Valpedre, 1.000 (Contos) no muro de suporte, na confrontação com o Sr. Fernando Moreira Pereira, feito pelo Sr. Isidro.

 

A casa 2, geminada com a casa 1, passa a ser pertença, por herança, de minha mulher e devidamente legalizada é feito um projecto de R/C e 1º andar, com começo de execução em Março de 2004 e terminada em Fevereiro de 2006; para esta, não só foi o dinheiro que sobrou da venda em Valpedre, como tivemos, além do que íamos juntando, pedir emprestados 40.000,00 Euros (Quarenta mil euros) (Oito mil contos), na Cidade e Freguesia da Mêda – Guarda, a duas pessoas, a um juro de 8% ao ano, terminada esta dívida, em Fevereiro de 2010, estando neste momento todas as dívidas reduzidas a Zero (0), mediante muita cabeça, orientação, espírito de sacrifício e acima de tudo muito trabalho, na construção e acompanhamento de todos, incluindo os burocráticos, os de maiores aborrecimentos e altos custos, incontabilizáveis, até ao pequeno favor.